Page 15 - VIVENDO E APRENDENDO
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WANDERLINO ARRUDA
ombro, embornal pendurado no pescoço, sorriso de ponta a ponta, a
cantarolar algumas de nossas modinhas prediletas...”
As andanças por São João do Paraiso, onde nasceu, as lojas
principais, o centro da praça onde os fereiros da roça amarravam os
cavalos e onde a meninada pulava corda e brincava com bolinhas de
gude...” lembranças da infância que me fizeram lembrar “Dos meus
tempos de criança” de Ataulto Alves: “Eu igual a toda meninada,
quanta travessura eu fazia, jogo de botões pela calçada, eu era feliz
e não sabia.”
E o Professor Joaquim Rolla? “Um homem alto, magro, olhar
firme e penetrante o tempo todo, com uma régua de madeira, pronta
para descer no lombo de quem não estudasse direito...”
As viagens de São João do Paraiso para Salinas, lembrando de
quando “pegou varíola e viajou enrolado em palha de bananeira...” E
em Salinas, seu deslumbramento porque tinha coisas que São João
não tinha: “... sorveterias, padarias, armazéns grandes e até lojas
com vitrines...” E ali conheceu a professora, “a mulher mais alta da
cidade, com fama de bonita e inteligência sem igual, Dona Heloisa
Veloso Sarmento Cordeiro...”
De Salinas para Mato Verde, Taiobeiras: nessa época, sem
completar 15 anos era bom fazedor de charadas e autor de palavras
cruzadas. E foi em Taiobeiras, tempos depois que foi atingido pela
flecha do Cupido, quando cruzou com Olímpia em uma bicicleta fe-
minina amarela e lhe disse que uma amiga dela queria namorar com
ele. “Olhei bem nos olhos verdes dela, portadora do mais lindo sor
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