Page 20 - VIVENDO E APRENDENDO
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MARIA LUIZA SILVEIRA TELES
























               ndo desconfiada que o mestre Wanderlino esteja escrevendo
               suas memórias. E com toda razão! Ele nos deve isto! É uma
         Amemória tão rica, que se confunde com a própria História de
          Montes Claros; tem, pois, de ser contada para jamais ser esquecida.

               Sou amiga do professor Wanderlino Arruda há mais de cin-
          quenta anos. Nossa convivência tem sido bastante enriquecedora.
          Lembro-me, com saudade, dos velhos tempos em que saíamos jun-
          tos da antiga Fafil, em turma, e ele sempre a brincar com a minha tia
          Yvonne de quem o tio Olyntho tinha muitos ciúmes.

               Nunca perdeu o seu jeito moleque de menino que se deslum-
          bra com a vida e se diverte com tudo. Brincalhão como ele só, possui
          uma eletricidade que o move a mil por hora. Já com oitenta e sete
          anos, continua cheio de energia e empreendedor como ele só. Faz mil
          coisas ao mesmo tempo. Não desperdiça um único instante. Sempre
          criando e agindo, principalmente pelo bem de Montes Claros. Alguém
          imagina que ele não descanse, não tenha lazer e não se divirta? Ora,

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