Page 21 - VIVENDO E APRENDENDO
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WANDERLINO ARRUDA
mestre Wanderlino está em eterno lazer, porque o trabalho, a convi-
vência com o outro, ensinar, aprender, dar de si, liderar, criar, agitar
a vida cultural da cidade, tudo isto para ele já é lazer e divertimento,
pois tudo faz com prazer. Para ele não há o peso do dever e sim a
alegria de viver.
Tantas vezes em minha vida precisei dele para um conselho,
um desabafo, uma ajuda nos trabalhos intelectuais e ele sempre a
me receber com o mesmo carinho e a mesma prestimosidade. E isso
não é só comigo que sou amiga, é com qualquer um. Mas, eu lhe
devo muito e disto nunca poderei esquecer. Ele tem me feito crescer
em todos os sentidos! E não acreditem no que ele fala e escreve a
meu respeito. Ele é míope com relação a mim, pois me olha com o
sentimento de um irmão.
Agora, não sou eu apenas que falo; isto é uma unanimidade:
ele é uma das maiores autoridades culturais não apenas do norte de
Minas, mas, quiçá de alhures. É dono de uma memória privilegiada
e passeia com desenvoltura por todos os recantos do Saber: Histó-
ria, Geografia, Latim, Grego, Linguística, Literatura, Bíblia, Esperanto,
Espiritismo, Filosofia, Semântica, Direito, etc. E, como maçom, rota-
riano e elista, traz ainda um grande acervo da sabedoria milenar de
outras culturas. Sua biblioteca é uma das mais ricas que conheço.
Basta uma vistoria por ela para saber o quanto essa criatura tem lido
e estudado nesta vida.
Meu pai, que foi uma verdadeira enciclopédia, admirava-o mui-
to e sempre repetia: “Ah, se eu tivesse a memória de Wanderlino”.
Existe até uma conversa que ele toma um medicamento especial para
a memória. Tanto que basta se chegar a uma farmácia local e pedir
“o remédio de Wanderlino”.
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