Page 35 - VIVENDO E APRENDENDO
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WANDERLINO ARRUDA
nesse ritmo editorial, que já prevê o quarto e o quinto títulos, para
muito breve, Wanderlino Arruda acabará sendo o mais prolífico de
nossos autores.
No momento, o recordista de publicação é o historiador Ge-
raldo Tito da Silveira. De outro lado, verifica-se que outros bons es-
critores de Montes Claros, como Hermenegildo (Monzeca) Chaves
e Caio Lafetá, produziram maravilhas e coleções de jornais antigos,
tudo arquivado. Também João Chaves, o bardo, morreu sem editar o
esperado livro de poemas, que teve edição póstuma promovida pela
família. Ora, a cintilante beletrista Yvonne de Oliveira Silveira, que é
a porta-estandarte de nossas letras, tem apenas a meação de “O
Velho Brejo das Almas”, feito em parceria com seu consorte Olynto
da Silveira, autor de vários livros. E Luiz de Paula, de refinado estilo,
publicou apenas uma plaqueta sobre tema econômico, ficando a nos
dever a obra inédita que deverá ser o espelho de sua face lírica e
boêmia.
Pois bem, Wanderlino Arruda, que domina o vernáculo e tudo
vê, tem comportado, em seu mister de cronista assíduo, com a mes-
ma obstinação do arqueólogo que escava o subsolo em busca de
civilizações soterradas, para que elas não desapareçam no esqueci-
mento. O que se percebe, lendo-o, é a preocupação de fotografar o
momento para a eternidade.
Por isto, os historiadores do futuro consultarão muito os seus
livros, que para eles serão como essas garrafas trazidas pelas ondas
do oceano, contendo mensagens enviadas de lugares ignotos.
O Autor vem operando como repórter fotográfico do panorama
geral da cidade e do mundo, desse vasto mundo que começa em
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