Page 160 - VIVENDO E APRENDENDO
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VIVENDO E APRENDENDO
quenas urbes e viemos para principal cidade da região em busca de novos
horizontes. Começamos a trabalhar muito cedo, na mesma redação de “O
Jornal de Montes Claros”, o principal órgão de imprensa da cidade. Mas as
coincidências não param por aí. Fomos colegas no Banco do Brasil, inclu-
sive como instrutores de gerentes, nos centros de treinamento espalhados
país afora.
Este detalhe me faz lembrar dos meus primeiros contatos com essa
figura que tanto admiro, e que é hoje, sem sombra de dúvida, a maior ex-
pressão da cultura regional norte-mineira. Em 1979, logo após eu terminar
o curso de Administração, na Universidade Federal de Minas Gerais, fui
convidado para trabalhar na Direção Geral do Banco do Brasil, em Brasília.
Soube, a época, que Wanderlino Arruda também estava se transfe-
rindo para o mesmo órgão que eu iria, o DESED - Departamento de Seleção
e de Desenvolvimento de Pessoal, a universidade do trabalho do grande
banco brasileiro. Eu acabei me mudando para a capital federal, mas Wan-
derlino, não. Soube, mais tarde, o motivo: o apartamento funcional que lhe
destinaram não era suficiente para abrigar sua família de sete filhos, que
moravam numa ampla e confortável casa. Perdeu Brasília, ganhou Montes
Claros...
Depois dessa época, nossa amizade se estreitou e nos reencontra-
mos em várias fases da nossa trajetória profissional, até aposentarmos.
Mas, a partir de então, as atividades literárias nos uniram em novos proje-
tos, em novas circunstâncias. Verificando os ancestrais de Wanderlino, em
seus textos rememorativos, percebi que nossos caminhos talvez tenham se
cruzado bem antes. Seu avô, da família Moraes baiana, de Caculé, talvez
seja a mesma do meu bisavô Rodrigo de Moraes Brito, da vizinha Jacaraci.
Logo, poderemos até ser parentes, o que provavelmente explicaria nossa
grande afinidade, como membros da Arte Real, de academias de letras e
institutos históricos.
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