Page 44 - VIVENDO E APRENDENDO
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VIVENDO E APRENDENDO
cidade em que nasceu, a terra que o acolheu, são os ingredientes
poéticos e líricos ainda não aproveitados por Wanderlino Arruda, que
preferiu os temas memorialistas para dar vazão aos sentimentos de
sua força intelectual.
Posso muito bem referir-me desse modo sobre o autor dos
“Tempos de Montes Claros” porque senti os primeiros impulsos de
sua intelectualidade, antes de Wanderlino Arruda tornar-se Professor
de Linguística e Língua Portuguesa, na Fundação Norte-Mineira de
Ensino Superior e membro da Academia Montes-clarense de Letras,
mas quando já era o jovem redator de “O Jornal de Montes Claros”,
de Oswaldo Antunes, e depois de “O Diário de Montes Claros”, com
Waldir Sena Batista.
Ele carrega no bojo do seu talento, algo parecido, também,
com Winston Churchill: gosto pela política, pela pintura, jornalismo,
oratória, pelas ciências e pelas artes. Homem sem vícios, não fuma
charuto, mas está disposto sempre a fumar o cachimbo da paz com
seus semelhantes.
Nas duas leituras que fiz em torno do seu trabalho, uma rápida,
quando recebi o exemplar com sua amável dedicatória e outra mais
devagar, com senso analítico, pude sentir novamente a presença de
grandes figuras que conheci na cidade tema do livro de Wanderlino
Arruda: Godofredo Guedes que me fez presente com duas telas de
sua autoria, em 1958. Konstantin Christoff, médico europeu aclima-
tado ao Brasil, onde tem cultivado sementes de boa criatividade ar-
tística e cultural. João Vale Maurício, escritor e membro da Academia
Montes-clarense de Letras, ex-Reitor da Universidade Norte-Mineira,
sociólogo e responsável por notável contribuição cultural ao Estado
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