Page 42 - VIVENDO E APRENDENDO
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VIVENDO E APRENDENDO
Sempre alegre e jovial, foi o que me bastou para aprender a admirá-lo
e respeitá-lo. O exercício de outras profissões, além do magistério,
hibernou o nosso relacionamento durante um bom tempo. Aí apa-
rece o Instituto Histórico, para nos reunir sob o mesmo teto e com
os mesmos anseios de preservação da memória de Montes Claros.
Estava, portanto, consolidada a nossa amizade e fraternal conside-
ração.
Temos repetido, em algumas oportunidades, que não vale a
pena ficar discutindo com Wanderlino, nos raros momentos de cal-
maria que com ele desfrutamos. Melhor é aproveitar o tempo para
ouvi-lo, em vez de querer impor os nossos improváveis questiona-
mentos. Pois bem, diante de tal premissa, vamos ouvir Wanderli-
no, nesta mais recente obra de sua criação literária, a que denomi-
na “Montes-claridades”, um compêndio de reflexões, sempre bem
humoradas, sobre entidades, pessoas, fatos e quejandos de nossa
cidade.
Tive o privilégio de haurir, em primeira mão, as presentes “bem
-aventuranças” literárias do autor, que nos evocam a memória de
consagrados cronistas de Montes Claros, tais como Nélson Viana,
Luiz de Paula e João Vale Maurício, para falar apenas dos mais an-
tigos. Pois Wanderlino ombreia com eles, na criteriosa escolha dos
temas, na leveza do texto e, sobretudo, na sutileza de detalhes que
conduzem ao epílogo bem arranjado nos escaninhos da felicidade.
Com ele, as palavras já saltam sorrindo, para construir uma ficção à
sua imagem e semelhança. Não existe mau humor e pessimismo em
suas obras. E, nesse contexto, quem sai ganhando é o leitor. Felizes
somos nós, os premiados com a leitura sempre edificante dos escri-
tos de Wanderlino Arruda.
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