Page 55 - VIVENDO E APRENDENDO
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WANDERLINO ARRUDA
Vívian quedou-se gratamente impressionada com a vitalidade
e a pluralidade de Wanderlino, qual um Da Vinci de nosso tempo. Ad-
mirou do cálido anfitrião sua capacidade e sua energia inesgotável:
um entusiasmo que contrasta com sua madureza, uma serenidade
que não trai seu dinamismo constante, uma experiência que lhe per-
mite alcançar o belo sem esforço aparente e sua invejável virtude de
saber otimizar o ouro que chamamos tempo, pois com sua produti-
vidade ímpar logra multiplicá-lo e fecundá-lo.
Ao deleitarmos com a leitura de seu livro Emociones, que era
a minha atividade naqueles dias, romperam-se as barreiras poéticas.
Não podíamos imaginar de onde absorver tudo da sua escrita: se
no que genericamente é considerada poesia ou nos textos em prosa
em que emergia um universo poético capaz de desafiar a essência e
forma dos versos. Havia poesia até nos sentimentos de perda de um
tronco, de um gato, de um amigo, ou em um circo.
Nada está isento de poesia sobre todo pelo humanismo de um
Wanderlino que transparenta os mais puros sentimentos de um ho-
mem que é fiel escudeiro da inteligência, do esforço e da beleza.
Possuidor de uma fina espiritualidade por toda a vida, incluindo seus
enigmas, suas aspirações, suas contradições que lhe são inerentes.
De Wanderlino, uma galeria de personagens desfila por nossa
imaginação, no tempo e na conformação do acontecido, guiada com
a maestria do narrador por meio de uma fantasia tão real que parece
que se nos apresenta como um novo amigo. Para comover-nos com
gentes, feitos e coisas que nos exigem desde o presente, e caminho
dialético até o futuro, que nos deixa morrer o passado. Interpelando-
nos a fazer útil e significativa a memória de um Brasil que para mui-
tos é desconhecido, com sua história, seus costumes, seu folclore.
Porém não é tudo isso a escrita de um intelectual importante, apesar
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