Page 56 - VIVENDO E APRENDENDO
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VIVENDO E APRENDENDO
de verter em uma linguagem clara, sensível, amena, cômica, mordaz
na maioria das ocasiões. Assim aparecem estes retratos vivos, mais
que meras biografias retóricas de artistas, políticos, membros ilus-
tres de famílias.
A natureza pródiga é o marco de Wanderlino em crônicas e
poesias, de onde se mesclam o rural e o urbano, e seu universo de
interinfluências em um lindo mosaico. Mais que um quadro inerte se
convertem em panorama vivo de cenas bucólicas da modernidade
com saudades do passado, e fortes matizes da contemporaneidade
e do presente. Instituições, lugares, feitos, pessoas e estórias fluem
em Wanderlino como um rio que desemboca ao revés, nas costas
sem entranhas das Minas Gerais, no coração do leitor.
Wanderlino quebranta as fronteiras do mero autobiográfico e
incursiona de tal modo na vida amena que a faz palpitar como algo
nosso, algo bem íntimo, que nos encaminha vivas lágrimas adentro.
Também nos contagia com a alegria e lembranças do circo, o que
nos leva a perguntar: Quem não teve um circo em sua infância, que
não vive em sua imaginação até hoje? O autor nos devolve a infân-
cia, as brincadeiras, as alegrias e as travessuras para quando hoje,
ou amanhã, formos adultos. As cores dos pintores, dos poetas, dos
avós, dos cantores, das vozes, o beijo, os olhares, as brisas, os
perfumes, as ruas, enfim tudo nos convida a que junto aos nossos
interessados diálogos sobre Wanderlino e suas Emoções, desfrutem
e descubram o inesgotável universo poético de onde não queda um
instante a salvo de um encontro emotivo com o amor.
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