Page 101 - VIVENDO E APRENDENDO
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TAIOBEIRAS
ossa mudança de Mato Verde para Taiobeiras se deu num mês
de maio, quando o ano era de 1949. Ainda algum calor em
NMato Verde e já muito frio em toda a região de Taiobeiras, to-
dos nós com roupas inapropriadas para o novo regime de vida. Já na
primeira manhã, uma corrida às lojas para as compras necessárias.
De minha parte, lembro-me que a escolha foi um agasalho marrom,
ao mesmo tempo camisa e casaco com fecho éclair. Cada um esco-
lheu o que mais gostou, menos Silvina que já tinha suas saias e seus
chales, que ela chamava roupas de inverno.
Nossa primeira casa foi na avenida hoje chamada da Liber-
dade, vizinha da casa do dentista Amílcar Mendes, quase em frente
à praça da Matriz, que tinha na esquina a casa de Vadinho Costa,
vizinha à pensão de Deja e Hugolino, onde ficava também a venda de
Nenenzinho, sócio de Pedro Paulo e Paulo Pedro, centro social e de
cultura, onde se falava de política, economia, religião e até de maço-
naria, já que os donos eram todos maçons de carteirinha. De maçom
só não ia lá Antonino Almeida, porque este não saía da farmácia,
onde também era um local de todos os saberes, principalmente dos
mais sérios. Sidney, Ageu, Renato, todos intelectuais, com leitura
obrigatória e diária de livros e jornais. Com alguma leitura até Gilber-
to, ainda bem criança.
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