Page 102 - VIVENDO E APRENDENDO
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VIVENDO E APRENDENDO

               Dois ou três dias depois da chegada, fui ao Correio, que tinha
          um agente novo, Hermínio Miranda, totalmente sem conhecimento
          do serviço. Ótimo para mim, porque de Correios e Telégrafos eu en-

          tendia tudo, até da atividade em código Morse, desnecessária no
          caso, já que os telegramas eram recebidos e transmitidos por telefo-
          ne junto à central de Rio Pardo de Minas, já bastante conhecida em
          virtude do meu trabalho na agência de Mato Verde. Emprego garan-
          tido na hora, embora sem salário, já que Hermínio nem sabia o que
          iria ganhar. Em comunicação eu trabalhava por mero prazer e, para
          isso, o melhor lugar era ainda o Correio. E foi em uma das saídas do

          trabalho, em que me encontrei a primeira vez com Olímpia. Ela, em
          uma bicicleta feminina amarela, parou perto de mim e disse que tinha
          um recado para me transmitir. Sua colega de escola e amiga Lulinha
          queria namorar comigo.

               - Você aceita?

               Olhei bem nos olhos verdes dela portadores do mais lindo sor-
          riso do mundo, e respondi de pronto:
               - Namorar eu quero, mas é com você.

               Nada mais foi dito ou perguntado. Ela saiu voando na bicicleta,
          soltando poeira do chão batido da avenida. Só vim vê-la à noite, pas-

          seando com as amigas no claro luar da cidade sem luz. Muitos foram
          os quebras, olhares de admiração que ocorrem até hoje, setenta e
          dois anos depois.

               Costumo dizer que Taiobeiras foi a minha melhor escola, mes-
          mo eu não tendo sido aluno de nenhuma. Mesmo tendo tido grandes
          professores, meu primo Deoclides, aos meus seis anos, o profes-


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