Page 113 - VIVENDO E APRENDENDO
P. 113
COMEÇANDO A SER MONTES-CLARENSE
ão havia a Rua Lafetá desembocando ali na Rua Carlos Go-
mes. O que havia lá era só o esplendor do Alhambra, casa de
Nmulheres grã-finas, chefiada com mão-de-ferro por Ana Reis,
uma organização de dar gosto. A Rua Lafetá só foi aberta já no fim
da administração do Capitão Enéas Mineiro, quando este a ligou com
a Rua Visconde de Ouro Preto, que até hoje conserva o nome. Era
nesse encontro de esquinas que ficava o cassino, casa de festas, de
jogos, de encontros, que tinha na placa o respeitável nome de Clube
Minas Gerais. Ao lado, em volta, pertinho, longe, dezenas de casas
de mulheres, com janelas apinhadas de propaganda viva, contida
algazarra de quem precisava acatar as exigências das famílias vi-
zinhas. Durante o dia, certo respeito. A noite, agora sim, é hora de
se divertir, pode levantar o tom da música que é tempo de prazeres.
Todos os homens, tendo dinheiro, estão convidados!
Foi por causa do cassino que não pude ficar morando na Pen-
são de D. Ismênia, na Praça de Esportes. Menino ainda, não ficava
bem passar, toda hora, em frente das casas ditas de tolerância, su-
bisse pela Rua S. Francisco, pela Carlos Gomes ou pela Altino de
Freitas; pela rua Lafaiete, aí nem pensar, era lá o centro de tudo, a
capital do pecado. Sabedor-mestre da situação, Dr. Carlyle Teixeira,
meu conselheiro, mandou-me para a Rua Afonso Pena, no beco do
113