Page 116 - VIVENDO E APRENDENDO
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JORNALISMO









               ão sei bem por que, mas ser jornalista era um sonho que eu
               acalentava há muito tempo, bem antes de ter-me mudado para
         NMontes Claros, nos meus adolescentes dias de Taiobeiras. Es-

          crever para jornais e revistas, naquela época já não me parecia uma
          coisa totalmente impossível, tinha cheiro de realidade com boa mar-
          ca de prazo por acontecer. Na verdade, foi de lá o bom começo, nos
          meus primeiros exercícios de charadismo e de palavras cruzadas,
          quando não me limitava à passividade das decifrações.

               Era uma experiência e tanto, que me causava grande alegria
          ao ver meu trabalho e meu nome publicados em letras de imprensa.
          Meu amigo Aníbal Rego, um dos melhores professores que já tive,
          muito me incentivou, procurando valorizar meus primeiros passos
          nesse tipo de atividade na imprensa. Desenhar a nanquim eu sabia

          de alguma forma, o que eu não sabia era datilografar, que era coisa
          difícil em cidade de interior. Foi aí que Ageu Almeida, outro amigo,
          nas horas de folga da farmácia, me deu grande ajuda, ensinando-me,
          corrigindo e, mesmo, passando a limpo minhas primeiras tarefas. Foi
          uma boa escola, coisa de nunca a gente se esquecer.

               Depois, vendo meu esforço, meu interesse, meu pai comprou
          uma máquina de escrever e um método de aprender datilografia. Foi,
          não tenho dúvida, um grande encantamento e alegria: lembro-me,

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