Page 80 - VIVENDO E APRENDENDO
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MEMÓRIAS
enho que agradecer muito a Dorinha – Maria das Dores Batista
Rocha – amiga e conterrânea de memória incrível, por me levar
Tdiretamente ao colorido e aos sons de muitas lembranças. Ela
não esquece um nome sequer e os sabe por inteiro, a composição de
cada família, até os apelidos. Quando eu lhe falei do nome de Artur
Trancoso, foi um desfile de informações, um mundo de comentários,
muitos e muitos detalhes interessantes, até o de que a sua casa e
consultório formaram, mais tarde, o prédio da prefeitura. Ao pronun-
ciar o nome de Lauro Santana, meu colega de escola sempre próxi-
mo - que uma vez furei o braço com um golpe de caneta - ela reviveu
um universo mágico de lembranças, pronunciando o apelido da mãe
dele, D. Lió, mais do que amiga de D. Anália, minha mãe, e de Silvi-
na, esta que me criou e ajudou a criar todos os meus irmãos, pois
foi morar lá em casa quando eu tinha apenas cinco dias de nascido.
Falei com Dorinha das enormes jaqueiras de nosso quintal, pensando
que era na esquina da praça, começo da rua que vai para a igreja,
mas ela logo me corrigiu, dizendo que era ao lado da casa dela, um
terreno enorme com muitas árvores e balanços, canteiro de hortas e
rocinha de milho, poleiro de galinhas chefiadas por um capão, quintal
tão grande como o de doutor Osório e D. Benzinha, que ia até onde
hoje fica a avenida do bairro Tabuleiro Alto.
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