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VIVENDO E APRENDENDO

               Eli, filho de João de Bita e de D. Anísia, era o mais velho da
          turma. Cristóvão, seu irmão, sentava comigo na mesma carteira e
          usava o mesmo tinteiro. Um grande colega, mas que me atrapalhou,

          porque eu colava dele, mesmo não precisando. Durante os meses
          que  estivemos  juntos,  eu  estudei  menos  do  que  precisava.  Uma
          pena, pois depois dele, nunca mais deixei de ser o primeiro aluno de
          qualquer classe, porque estudar muito e caprichar eu sempre soube.

               Vou introduzir aqui um texto que escrevi em 1978, quando lan-
          cei em São João o meu primeiro livro, Tempos de Montes Claros, e
          narrei uma visita que fiz a Cristovina. Ei-lo: “Foi num mês de feve-
          reiro, trinta e dois anos depois, que voltei a rever a minha terra, São
          João do Paraíso. Foi bem naquele fevereiro brabo de tantas enchen-
          tes, estradas intransitáveis, com um mundão de dificuldades para
          chegar lá, partindo de Taiobeiras. Foi depois de longa viagem por

          Valença e Nazaré, por Itaparica e Salvador, andanças de muito laudar
          pelo céu e pelo mar. Em São João, entramos num dia de intensa luz,
          depois das chuvas. E comigo estavam Olímpia, Rízzia e Gracielle, ao
          mesmo tempo que bons amigos como Joaquim da Caixa Econômica,
          Mário Português e meus cunhados, Anderson e Nelmy, todos para
          dar maior prestígio ao filho que voltava à cidade natal. Nas ruas, o
          Lauro, colega de curso primário, fazia a surpresa com muitas faixas

          de saudação, tudo muito grato, bom demais para os olhos e para a
          alma.
               Visitas, encontros, apresentações, um rememorar de sauda-

          des, o reviver de velhas e bem guardadas lembranças, uma alegria
          aqui, uma decepção ali, porque nem tudo que o coração registra fica
          imune à ação do tempo. Jovens transformados em velhos, velhos


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