Page 90 - VIVENDO E APRENDENDO
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VIAGENS PARA SALINAS









              ra uma alegria sem igual quando meu pai avisava que iríamos
              viajar para Salinas, passando primeiro pela fazenda do meu avô
         EVicente Arruda, antes de chegarmos a Coqueiros, meio cami-
          nho de São João a Taiobeiras. Minha maior curiosidade era pensar
          em ver a espada com que ele brigava quando novo, uma espada que

          parecia de prata, com cabo de madrepérola. Muitos os arranjos para
          preparar as roupas, os chinelos, alguns poucos brinquedos que não
          pesassem muito. Nada mais que a idade não permitisse.

               Para a madrugada de início da viagem, dois ou três dias antes
          o trabalho maior era de minha mãe e de Silvina para os arranjos de
          sustento, a lata de matula com galinha e farofa, as latas de paçocas,
          cantis com água, os biscoitos cozidos e assados, os espremidos, os
          fritos, além dos bolos.
               Com ou sem frio, as despedidas, a calma de Tio Abílio, papai

          de óculos escuros, chapéu de aba larga e guarda pó.
               Durante o percurso, para o descanso dos viajantes e dos ani-
          mais, a parada nos rios, nas lagoas, principalmente quando a fome

          chegava. Muita curiosidade quando meu pai queria procurar água no
          meio das matas, ao ver as pedras, as cruzes na estrada. Mais ain-
          da quando da passagem por Taiobeiras, quando víamos os meninos
          correndo nos carrinhos, ou andando de bicicleta.

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